Ata da Assembleia de Estudantes da EACH 26/05/2014

Faculdade de Saúde Pública
Pauta: Greve

*INFORMES:

1. Amanhã (27/05) inicia-se uma greve, causada pela suposta crise orçamentária da Universidade. Isto levou a uma série de cortes, ou seja, menos investimento. Foi levantada a possibilidade de cobrança de mensalidades, que é uma forma de precarizar o ensino. Ainda tem a questão do nosso campus, que continua interditado. Dois pontos são essenciais: a remediação do campus e o retorno ao campus. Além disso, também pedimos o afastamento do Nakao.
2. Panorama geral da USP: vários cursos estão se mobilizando, inclusive cursos que nunca tiveram essa tradição. Todas as assembleias até agora votaram apoia a EACH. Nossas pautas vão ser levadas como eixo do movimento da USP como um todo.
3. Vistoria da EACH: gás–diretoria falou que já estava resolvido, mas apenas algumas bombas estão funcionando. Levará bem mais do que um mês (prazo dado pelo reitor); terra–a grama de contenção morreu, os tapumes estão instalados. Não sabemos o andamento do TAC.
4. A CG decidiu não cadastrar as matérias do próximo semestre até que seja definido o localdas atividades. Também conseguimos extinguir o processo contra os estudantes pela ocupaçãoda diretoria.
5. Leitura de carta do reitor. Será que a EACH está sendo deixada de lado por causa dessa suposta crise?

*FALAS

1.Discurso de crise parece oportuno no momento em que está sendo discutida a reforma do Estatuto. A solução oferecida é corte de pessoal, corte de bolsas, corte de viagens, arrochosalarial e cobrança de mensalidade. A EACH tem sido um laboratório bem sucedido de sucateamento e privatização. Existe a crise? Só toca o bolso dos estudantes e trabalhadores,enquanto a USP não para de construir.
2. A EACH traz um outro sentimento nesta greve, pois já estamos com um semestre prejudicado por começar atrasado. Mesmo assim, a gente apoia a greve. Não tem como ficar de fora porque sempre estivemos a frente na mobilização. Sempre que quebram o caixa há punições, porque o Rodas não foi punido? Pautar não só o reajuste, mas também punição de um gestor que não soube administrar o dinheiro público.
3. Nós começamos o semestre pedindo greve nas assembleias das 3 categorias, e nãoquiseram. E agora, de repente, foda-se o semestre porque tá em jogo o salário. Não faz sentido, tá comprometido de qualquer forma. A gente tem que dar puxão de orelha porque é falta de respeito.
4. Sucateamento geral das universidades. Pensar como colocar também as reivindicações estudantis, e apoiar as pautas já colocadas por professores e funcionários. Tem que se preocupar mesmo como fica o semestre, se vai ter ou não vestibular. O CCA tirou uma carta de reivindicações, proponho referendar esta carta. Quando viram as costas para EACH é uma afronta a um certo perfil de estudante, que não querem na USP. Temos que pensar ações em conjunto.
5. A USP é financiada pelo ICMS, é o mesmo repasse desde 95. Nesse período criaram novos campi, e parte do dinheiro (2 bi) tem sido sonegado. O Zago ainda não apresentou a folha de gastos, alguma conta não bate. E quem tá pagando por isso são as categorias. A ideia de cobrança de mensalidade está sendo bombardeada na mídia, e já foi aprovada proposta no IFe na FEARP. Greve em defesa da Universidade pública, gratuita, de qualidade.
6. É claro que a gente tá cansado. Já vimos de um movimento desde o ano passado. Eu mesmo, to na USP há 10 anos, já fui preso, processado, tentaram me expulsar, já fiz trocentas greves. Mas a situação é muito ruim. Se a gente não entrar em greve agora, vamos ter uma greve forçada no dia 1º de agosto, pois não temos pra onde ir no próximo semestre. E o pior de tudo é ter este reitor incompetente. Eu to quase defendendo o Rodas, porque as orientações a respeito da reserva estratégica que eu pesquisei são bem claras ao dizer que deve ser mantido uma parcela do orçamento como reserva, e a USP tem metade do orçamento entesourado.É muito dinheiro que não está sendo gasto, o que significa uma perda significativa de qualidade no serviço público.
7. É inacreditável a falta de planejamento. Levou a crise da USP e a crise da EACH. Não houve processo contra os responsáveis. E tudo se mantém do mesmo jeito. Nós temos uma responsabilidade enquanto estudantes sim. A questão material para nós é mobilizar professores e funcionários da EACH.
8. O processo de greve tá meio truncado. Alguns professores entraram, outros não.Temos sim que aderir. Se a reserva é contingencial, não há nada mais urgente a se resolver do que a situação da EACH.
9. Na ultima assembleia a gente votou um indicativo de greve. Agora a greve tá aí. Mas quem tá pensando na gente? Vamos ficar fazendo papel de cordeirinho?
10. Qual projeto de universidade nos apresentam, e qual a gente defende? O que a EACH tem a ver com tudo isso? Nossa unidade tem sido exemplo de precarização no Estado. Quando nos comparamos com as demais unidades da USP, vemos o abismo que é a diferença de investimentos. Nosso movimento é muito forte, temos que lutar juntos, não mais cada um por si.
11. Os problemas da USP todo mundo vive no dia a dia. A greve é um mecanismo para tentar avançar nossas reivindicações. Precisamos saber isso, o que a gente quer, para saber como chegar lá. Sinto que estamos muito a reboque. É um erro professores e funcionários não entrarem em greve, assim como acho um erro estudantes entrarem sem uma pauta clara. Tem que avaliar conjuntura pragmaticamente.
12. O que significa greve em si? É utilizada só em último caso, quando outras alternativas se esgotaram. Não temos que necessariamente entrar em greve, mas nos mobilizarmos. O ensino básico é muito ruim, e querem fazer o mesmo com a universidade. Quando a EACH foi criada, não aumentou o repasse. O plano B tendeu ao fracasso desde o início, mas não tivemos como parar na época. Estamos frente a precarização, precisamos de mobilização.
13. Colocar tudo na balança. Não tinha e ainda não temos condições de ter aula. Se naquele momento não aceitaram a greve, nossos colegas não vão entrar agora. A pauta é salarial, e a questão da EACH vai ser deixada de lado. Nos
esforçamos para conseguir ter aula, e agora é um desrespeito jogar isso fora.
14. Eu estou em uma pseudo greve desde o começo do ano: não tenho campus, não consigo usar bandejão, biblioteca, pró-aluno, não conheço meus colegas de outros cursos. É só assumir que estamos em greve. Campanha
salarial acontece de tempos em tempos. Podemos colar nossas pautas nela. Temos que mobilizar os estudantes. A
gente consegue dar conta de 6 meses, mas não vai dar pra recuperar uma graduação perdida.
15. Todo mundo sabe que o negócio tá ruim. Só a gente aqui vai fazer greve? Não adianta chegar 10 gatos pingados.
Precisa de uma greve que tenha pauta, mobilização. Não adianta ficar em casa. Temos que lutar pelas nossas próprias causas, e chegar todo mundo junto na hora de parar.
16. Estou indignada com a situação da EACH. Não sei bem o que fazer. To bastante chateado, porque eu chego pensando que a universidade pe uma coisa, e é outra. Chego na Unicid, e cadê o nível USP que eu tanto sonhei?
17. É importante saber que a crise da USP e do ensino é maior que a EACH. Está emaranhada em cada curso, onde falta estrutura e professores. O que a gente quer da greve? Este momento é um momento de poder muito grande para os estudantes. Se vamos entrar na greve, tem que ser para abalar as estruturas.
18. Temos que discutir os nossos eixos. Aumento de bolsas também é uma pauta nossa. Acesso e permanência. Construir uma aliança com os movimentos sociais.
20. A EACH também é USP, não podemos esquecer. Temos que levar nossas pautas para toda USP. Tamo em estado de greve desde o ano passado. O que ganhamos na nossa greve, a Comissão Ambiental, não tem conseguido funcionar porque está sendo barrada pela reitoria..não há diálogo. Temos tentado construir a greve desde o começo do ano, e nesse momento podemos levantar nossas pautas com muita força. Não há o que fazer se não greve.
21. Eu concordo com a greve, mas não dá pra gente aprovar aqui. Temos que convencer mais 4 mil pessoas a pararem amanhã. E o que vamos fazer além da greve?
22. Existem prioridades, que tem de ser discutidas. Transparência dos gastos públicos. A palavra no momento é mobilização.
23. Com todos nossos problemas não tem como não pensar em greve. Vamos ficar em cima do muro? Vamos mobilizar? Greve se constrói. Se aprovar greve, temos mesmo que sair atrás dos estudantes que não estão aqui. Temos pautas, e sei que os estudantes da EACH tem coragem.
24. O que nós estamos esperando que aconteça?Nós não temos legitimidade ou força pra isso? Eu vou ter aula via e-mail. Meu aprendizado já está muito prejudicado. Qual a qualidade de profissionais que estamos formando? Não
existe o próximo semestre e não existem remediações.
25. Tá faltando dinheiro, como tão pagando a Unicid? Tão querendo privatizar a USP. Vamos ter mais um semestre de merda. Tem que lutar, tem que ter greve.
26. Tá difícil. Compreendo que é um momento histórico. Mas há que se preocupar. Temos que voltar a falar com as outras categorias, porque sozinhos não vamos ter força. Propõe chamar outra assembleia essa semana ainda. Se for pra entrar em greve, que seja com todo mundo. E há uma possibilidade séria de greve no próximo semestre.

*ENCAMINHAMENTOS

– Adesão a greve 27 contra 44 a favor 13 abstenções
– Apoio a greve dos funcionários e professores da USP
– Convocar assembleia das 3 categorias da EACH – indicativo para 4 de junho
– Indicativo de assembleias de cursos
– Próxima assembleia de estudantes da EACH dia 02/06/2014 (Segunda feira) 18h30 FSP
– Incorporação ao ato do Fórum das Seis – 06 de junho
– Reativar Comissão de mobilização dos estudantes da EACH.
Encaminhada para assembleias de curso: Referendar a Carta de Reivindicações do DCE e Cas

*EIXOS DE GREVE:

Gerais
– Não aos cortes orçamentários!
– Mais investimentos na educação. Reajuste do ICMS de 9,6% para 11,6%. 10 % PIB para educação pública, gratuita de qualidade.
– Cotas raciais e sociais
– Ampliação das bolsas de permanência e reajuste do valor das bolsas

Específicos
– resolução imediata dos problemas ambientais da EACH
– retorno da EACH, mediante solução dos problemas ambientais
– participação real das 3 categorias no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
– garantia que o 2º semestre se inicie com toda infraestrutura adequada. Que o plano seja apresentado imediatamente para discussão com conjunto das categorias da EACH
– exigir o calendário de obras de adequação da EACH
– Fora Nakao! Afastamento dele das negociações.
– Punição aos responsáveis pela contaminação da EACH